segunda-feira, 29 de junho de 2009

PROFESSORA DE ESCOLA PÚBLICA DE CURITIBA: ORGULHO PARA O BRASIL

Alunos de uma escola pública de Curitiba recebendo explicações da Elza sobre a Restinga, em Araquari (SC). Foto: Professora Liane Petry

No dia 16/06/2009 tivemos a satisfação de atender a Professora Liane Petry com seus entusiasmados alunos de uma escola pública de Curitiba, Escola Estadual Manoel Ribas. Foi muito motivador recebê-los. Todos estavam com muita sede de aprender. Que turma fantástica!

O fretamento do ônibus foi bancado pela própria Professora Liane (distância entre Curitiba e Guaramirim-SC: 160 km). O Brasil tem que se orgulhar muito de ter professores como a Liane. Estes são os nossos verdadeiros heróis.

Alunos da Professora Liane Petry conhecendo o mangue em Araquari (SC)

Além das atividades nas trilhas interpretativas da RPPN Santuário Rã-bugio, a Professora Liane e seus alunos conheceram os ecossistemas costeiros, RESTINGA e MANGUEZAIS da nossa região.

ESCOLAS PODEM SALVAR A MATA ATLÂNTICA

O tema “meio ambiente” é bastante amplo e geralmente são negligenciados os problemas ambientais mais relevantes para a humanidade, onde o Brasil está no foco, como a questão do desmatamento que causa perda da biodiversidade, dos recursos hídricos, agravamento do aquecimento global etc.

Ninguém gosta de estimular as escolas a lidarem com estes temas porque batem de frente com os interesses econômicos, do lucro imediato de agentes locais. Então, dentro da temática ambiental o assunto preferido das escolas é trabalhar com reciclagem de lixo. Porém, a maioria sequer aborda corretamente este tema e simplesmente usam os alunos para catarem os recicláveis para levantamento de fundos, competindo com os catadores que tiram seu sustento da atividade.

A conseqüência disso é que estamos perdendo a Floresta Amazônica e o que resta da Mata Atlântica e a sociedade brasileira parece que não se importa muito. Aceita passivamente o desmonte da legislação ambiental, as investidas contra a Floresta Amazônica e o que resta da Mata Atlântica.

Atividades realizadas em 29/05/2009 com professores de São João de Itaperiú (SC) para valorizarem os ecossistemas locais

Quero mostrar um exemplo de como poderemos mudar esta realidade e salvar a Mata Atlântica e o futuro do nosso País.

A secretaria de educação do município de São João do Itaperiú (SC), que fica na região litorânea, com muitas áreas preservadas, convidou a equipe do Instituto Rã-bugio para trabalhar com as escolas do município.

Observe como dá resultados este trabalho que realizamos em parceria com as escolas. Acabamos de receber o projeto completo de Wilmar Delmonego, Professor de Ciências e Biologia da Escola de Educação Básica “Professora Elvira Faria Passos” do município de São João de Itaperiú (SC).

Atividades com professores de São João de Itaperiú (SC) para valorizarem a biodiversidade local



PROJETO DE CIÊNCIAS

MATA ATLÂNTICA: Fauna e flora - São João do Itaperiú

Alunos da 5ª série do Ensino Fundamental

Professores:
Marcos Tarcisio
Rosa
Morganna Vasti Bernardes
Wilmar Delmonego


Apresentação do projeto:
Este projeto visa conhecer alguns representantes da fauna e flora que fazem parte de alguns bairros do município de São João do Itaperiú - SC, aprofundando pesquisa nesse ecossistema. A princípio serão estudados alguns nomes comuns que forem de interesse dos grupos , que se destacarem numa pesquisa escrita feita pelos pais/responsáveis. Todo trabalho se encaminhará em várias direções que despertarão os conceitos a serem desenvolvidos. Pretendemos trabalhar a classificação dos seres vivos da fauna e flora, construção de textos, mapas conceituais, fotografias relacionando com a produção textual.

Justificativa:
O tema do projeto aguça o interesse natural dos educandos desta fase etária. Poder vivenciar teoria e prática, pesquisa na internet facilitará o acesso as informações relacionadas ao tema. Assim proporciona maior subsídio para a produção de texto. A escolha do tema “fauna e flora” ocorreu por vir de encontro aos conteúdos programados para o ano letivo. Os pré-adolescentes, nesta fase se identificam muito com os animais e plantas, motivo esse que os levam a se associar a eles, mostrando seu carinho pela preservação, admiração, etc, devido possivelmente ao seu tamanho, inocência, carinho, dependências pessoais e sociais.

domingo, 28 de junho de 2009

Reciclagem de Garrafas PET - 1001 UTILIDADES FALSAS PARA ALIVIAR NOSSA CONSCIÊNCIA

Todos os dias somos bombardeados por notícias de que alguém, finalmente, achou uma maneira de aliviarmos nossa consciência do consumo insustentável, com a descoberta de uma solução revolucionária do lixo que produzimos como a utilização de garrafas PET para aquecedores solares, dutos para água, boias etc.

A radiação ultravioleta (que é constituída por fótons de alta energia) solar interage com o material plástico e quebra a longa cadeia de carbono do polímero. Em outras palavras, quando exposto ao sol, o material fica todo quebradiço em poucas semanas, fragmentando-se em pequenos pedaços e contaminado o ambiente PARA SEMPRE, já que neste estado é difícil coletar os pedacinhos.

Nestas condições ou quando sujas as garrafas PET ficam inviáveis para a reciclagem. Na verdade, não é bem reciclagem porque o material plástico resultante não pode mais ser utilizado novamente para fabricar garrafas PET. É transformado em outro tipo de plástico. Por isso, é tão importante REDUZIR o consumo de PET (refrigerantes, água engarrafada...).

Causamos menos danos ao ambiente se depositarmos as garrafas limpinhas, logo após o consumo do conteúdo. Se sujar um pouco, já era! Vai tudo para o aterro sanitário ou jogado na beira de estradas, provocando contaminação eternamente. Estudos recentes revelam que as garrafas PET não são tão inertes como se pesava. Liberam substâncias nocivas à saúde e ao meio ambiente. Ver abaixo as referências.

Minha esposa e eu acabamos herdando um passivo ambiental deste tipo, deixado em uma área preservada que adquirimos, em Itaiópolis (SC), onde está sendo criada uma reserva particular, RPPN Corredeiras do Rio Itajaí .


RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, em Itaiópolis (SC)

O antigo proprietário usou centenas de garrafas PET, enchendo-as com areia, para fazer os canteiros de sua horta. Como nossa intenção é devolver a área ocupada pela residência para a natureza, isto é, deixar a Mata Atlântica engolir tudo, incluindo a casa de madeira da chácara, e tentamos remover as garrafas semi-enterradas.

Todas se esfacelaram!!! Em milhares de pequenos pedacinhos, que ficarão lá, para a posteridade. Só deu para retirar a parte onde não incidiu a luz solar, isto é, a parte enterrada, que estava toda suja, obviamente, e foi descartada no aterro.

Outro absurdo é usar estas garrafas PET em artesanato onde se agrega tintas, vernizes e solventes altamente nocivos à saúde humana, sendo que em pouco tempo tudo se degrada e acaba sendo descartado no aterro. Pior: incentivam isso nas escolas e chamam a atividade de “educação ambiental”, esquecendo de informar as crianças de que não faz muito tempo as garrafas eram de vidro e retornáveis e que em alguns lugares do planeta estas garrafas PET, bem como as latinhas de alumínio, são proibidas.



Garrafas PET liberam substâncias cancerígenas Hormônios Ambientais


Cito aqui três referências sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente das garrafas PET. São dois artigos científicos e uma matéria uma matéria do jornal britânico Daily Mail sobre as pesquisas comprovando que as garrafas PET não são tão inertes como se pensava para servir de embalagens para alimentos ou outra utilidade.

Liberam compostos com atividade endócrina (CAEs), os chamados desreguladores endócrinos (endocrine disruptors) ou hormônios ambientais, que são substâncias com atividade hormonal.

Outro contaminante encontrado foi o elemento químico Antimônio, que tem potencial cancerígeno. O Antimônio contamina o material polímero PET nos processos de fabricação, foi uma das hipóteses levantadas.

Portanto, garrafas PET podem ser lixo tóxico perigoso e não deve ser reutilizada ou descartada no meio ambiente.




1. Fruit juice cancer warning as scientists find harmful chemical in 16 drinks

By Sophie Borland



2. Polyethylene Terephthalate May Yield Endocrine Disruptors

Leonard Sax



Montgomery Center for Research in Child and Adolescent Development, Exton, Pennsylvania, USA

http://ehp.niehs.nih.gov/0901253/



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Environ Health Perspect 118:445-448 (2009). http://dx.doi.org/10.1289/ehp.0901253 [online 25 November 2009]

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Abstract

Background: Recent reports suggest that endocrine disruptors may leach into the contents of bottles made from polyethylene terephthalate (PET). PET is the main ingredient in most clear plastic containers used for beverages and condiments worldwide and has previously been generally assumed not to be a source of endocrine disruptors.



Objective: I begin by considering evidence that bottles made from PET may leach various phthalates that have been putatively identified as endocrine disruptors. I also consider evidence that leaching of antimony from PET containers may lead to endocrine-disrupting effects.



Discussion: The contents of the PET bottle, and the temperature at which it is stored, both appear to influence the rate and magnitude of leaching. Endocrine disruptors other than phthalates, specifically antimony, may also contribute to the endocrine-disrupting effect of water from PET containers.



Conclusions: More research is needed in order to clarify the mechanisms whereby beverages and condiments in PET containers may be contaminated by endocrine-disrupting chemicals.



Key words: antimony, bottled water, endocrine disruptors, leaching, phthalates, polyethylene terephthalate


Address correspondence to L. Sax, Montgomery Center for Research in Child and Adolescent Development, 64 E Uwchlan Ave., #259, Exton, PA 19341 USA. Telephone: (610) 296-2821. Fax: (610) 993-3931. E-mail: MCRCAD@verizon.net

The author declares he has no competing financial interests.

Received 25 July 2009; accepted 25 November 2009; online 25 November 2009.




3. Elevated antimony concentrations in commercial juices.

Claus Hansen et al. (2010). Journal of Environmental Monitoring 12 (4): 822–4

pode ser baixado (PDF) neste link
 

sexta-feira, 26 de junho de 2009

ATROPELAMENTO DE ANIMAIS SILVESTRES

Com o hábitat cada vez mais fragmentado e reduzido, estradas que cortam estes fragmentos tornam-se uma armadilha fatal para milhares de animais silvestres, alguns ameaçados de extinção, que na luta para sobrevivência tentam atravessá-las.

Esta linda jaguatirica, espécie ameaçada de extinção, foi atropelada e morta, logo após a inauguração da Rodovia do Arroz (SC-413), entre Joinville e Guaramirim (SC), no morro onde fica a RPPN Santuário Rã-bugio

Estradas são importantes para o País, mas precisam ser mais bem planejadas, levando em conta o grande impacto ambiental que causam. Quando é inevitável que cortem áreas preservadas, medidas eficazes deveriam ser tomadas para amenizar o dano.

É importante que sociedade seja esclarecida de que certos animais não cruzam estradas e suas populações ficam isoladas para sempre, podendo ser levado à extinção em poucas décadas.

Um exemplo constatado na Serra do Mar da região norte de Santa Catarina é a anta, o maior mamífero terrestre brasileiro, que só ocorre num dos lados da rodovia que corta a serra Dona Francisca.

A população remanescente, quase extinta pela caça, ocupava uma área bem restrita e ao se expandir nos últimos anos encontrou uma barreira intransponível. Na literatura científica são citados dezenas de outros exemplos, o que é muito preocupante.

Muitos propõem a construção de túneis sob as rodovias como medida mitigadora, acreditando que os bichos terão noção do perigo e disciplina para usar estas passagens.

Porém, não é o que revelam os estudos feitos em muitas rodovias brasileiras, onde se constatou que a melhor solução é a mais simples de todas: controladores eletrônicos de velocidade.

Que chances tem um tamanduá-mirim, lento do jeito que é, ao atravessar um estrada onde os carros trafegam a 140 km por hora? Em Guaramirim, SC, na rodovia BR-280, chegamos a contar 15 tamanduás-mirins atropelados em apenas 3 meses. Na semana passada, encontramos mortos, também nesta rodovia, no mesmo ponto, uma família inteira de guaxinins (mão-pelada), 3 filhotes e dois adultos.

Em 2004, a vítima foi um puma (onça-parda). Estas foram as carcaças que ficaram na pista. E quantos bichos são feridos e vão morrer no meio da mata? E as carcaças que são removidas antes da nossa chegada? Isso dá uma idéia da tragédia que ocorre todas as noites, quando os bichos entram em atividade.

Morte chocante

No dia 09/03 tivemos mais um caso chocante, nas proximidades da RPPN Santuário Rã-bugio, em Guaramirim (SC), numa rodovia recém pavimentada, a SC-413, antiga ligação entre Joinville e Blumenau que fica não muito distante da BR-280.

A vítima desta vez foi um linda jaguatirica, na foto, animal da lista oficial das espécies ameaçadas de extinção. Mesmo ágil e muito veloz, não teve chance alguma diante de um veículo trafegando em alta velocidade na madrugada.

É um fato inegável que alguns mamíferos são doidos para entrarem em qualquer buraco que vêem pela frente e podem usar as passagens subterrâneas. No entanto, um cervídeo (veados) ou um felino (onça, jaguatirica, gato-do-mato) jamais vai encarar essa oferta de ajuda dos humanos.

Além disso, alguns animais têm o hábito de perambular pelas estradas, como é o caso do cachorro-do-mato, ou graxaim.

O que também contribui para mortandade dos bichos nas rodovias é, lamentavelmente, o comportamento de alguns motoristas que intencionalmente usam o carro para matar o animal, caso este já tenha conseguido chegar no acostamento, mesmo correndo o risco de acidente, pois o instinto assassino destes motoristas fala mais alto.

Esta carnificina nas estradas de nosso animais silvestres, patrimônio natural de todos os brasileiros, só pode ser evitada com fiscalização, para conter o abuso dos motoristas. A solução, portanto, está no respeito às leis de trânsito e não necessariamente nos dispendiosos túneis e cercas.

CRISE AMBIENTAL; QUAL SERÁ NOSSO DESTINO?

LEIAM, É IMPORTANTE! REMETE-NOS A MAIS PROFUNDA REFLEXÃO!

Gostaria de compartilhar com vocês um trecho do livro COLAPSO, de Jared Diamond, sobre o ecocídio de uma das civilizações mais avançadas que existiu, que habitou a ilha de Páscoa, por cerca de 600 anos (900 – 1.600), até se auto-destruir (junto com todo o ecossitema da ilha que eles aniquilaram), principalmente pela megalomania de construir estátuas gigantes (que consumiam muita madeira e comida) e pela explosão populacional.

Desmatamento de uma Mata de Araucárias, em Itaiópolis (SC)

Jared Diamond escreveu:

Frequentemente me pergunto: “O que os insulares de Páscoa que cortaram a última palmeira disseram enquanto faziam aquilo?” Será que, assim como os modernos madeireiros, terão gritado. “Emprego sim, árvores não!” Ou: “A tecnologia resolverá nossos problemas, não tema, vamos encontrar um substituto para a madeira”? Ou: “Não temos provas de que não há mais palmeiras em algum outro lugar de Páscoa, precisamos de mais pesquisas, a proposta de proibição da atividade madeireira é prematura e movida por sentimentos alarmistas”? [eu incluiria ainda: “Não tem problema a gente planta outra: 100 mudas para cada palmeira derrubada, afinal, 300 ou 400 anos passam rapidinho...- e com certeza os insulares de Páscoa fizeram isso, pois estudos revelam que a agricultura deles é surpreendentemente bem desenvolvida e eles não eram qualquer zé mané, pois detinham muita tecnologia]. Tais questões são levantadas por todas as sociedades que inadvertidamente danificaram seu ambiente (...)

[Observação: a palmeira que o autor se refere, atingia 2 metros de diâmetro e era endêmica da ilha de Páscoa, assim como dezenas de outras árvores gigantes, plantas e animais – 26 espécies de aves endêmicas foram extintas junto com a civilização deles]

(...) Os paralelos entre a ilha de Páscoa e o mundo moderno são ASSUSTADORAMENTE óbvios. Graças à globalização, comércio internacional, aviões a jato e Internet, todos os países da Terra de hoje em dia compartilham recursos e afetam uns aos outros, assim como fizeram os 12 clãs de Páscoa [uma divisão política mais ou menos equivalente aos estados brasileiros, ou países, como Diamond prefere usar aqui]. A ilha de Páscoa polinésia estava tão isolada no oceano Pacífico quanto a Terra está hoje no espaço. Quando os insulares de Páscoa tiveram dificuldades, não havia pra onde fugir, nem a quem pedir ajuda, assim como nós, modernos terráqueos, também não temos a quem recorrer caso precisemos de ajuda. Essas são as razões pelas quais as pessoas vêem o colapso da sociedade da ilha de Páscoa como uma metáfora – a pior hipótese – daquilo que pode estar nos esperando no futuro.

PCH BRUCA - Corupá (SC) - Ambientalista vê problemas

CACHOEIRA DA BRUACA

Além dos problemas mencionados na matéria abaixo, o maior impacto é praticamente secarem três quilômetros do rio Bruacas ao desviarem suas águas para o ribeirão Correias. Vários animais ameaçados vivem neste trecho do rio, que passa por uma área preservadíssima de Mata Atlântica.


Ali vivem, por exemplo, animais ameaçados de extinção como lontra e a cuíca-da-agua.

Mas as maiores vítimas são os habitantes de Corupá. Eu tenho muita pena de quem mora em Corupá, especialmente as pessoas que residem próximo do rio Novo. Se uma das represas arrebentar, será uma tragédia de grandes proporções.

Corupá (SC), 12/11/2008 - Resultado do rompimento de uma das represas do rio Bruacas, na Cabeça do Tigre, conforme matéria do jornal A Noticia, 13/11/2008

Ambientalista vê problemas

Jornal A NOTICIA, 25/06/2009

Quem é contra a construção da pequena central hidrelétrica (PCH) no rio Bruaca diz que o novo projeto apresenta os mesmos impactos ambientais que o anterior. O ambientalista Germano Woehl, do Instituto Rã-Bugio, aponta problemas na construção.

“A PCH pode gerar 4 MW, mas apenas durante quatro meses por ano, e não 12 MW, pois o Bruaca não tem água para isso. No projeto original, foi alterada a área da bacia do Bruaca, que aumentou em cinco vezes o volume do rio. Confundiram a área da bacia do córrego rio Vermelho, afluente no Bruaca, com o rio Vermelho de São Bento. Não sei se corrigiram este erro no novo projeto”, diz Germano.

O ambientalista aponta que a construção da estrada cortará o corredor ecológico da serra do Mar, onde há animais em extinção.

Outro problema, diz Germano, seria a erosão no ribeirão Correia, para onde a água usada para gerar energia seria desviada.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

AQUECIMENTO GLOBAL: SIM, ESTAMOS EM PERIGO

Faça sua parte! Repasse o link deste artigo. Nosso futuro está em jogo!


Jornal da Ciência (Publicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC), Rio de Janeiro, 06/08/2007


Por Germano Woehl Junior*


Este artigo é uma contribuição para ajudar a esclarecer as dúvidas sobre este tema tão relevante para a humanidade neste momento, que talvez seja o prazo final para decidirmos nosso destino, entre o colapso e a prosperidade.

O fato é que não deveria haver dúvida alguma de que o homem arruinou o planeta e que é o único responsável pelo aquecimento global, pois há consenso sobre isso entre todos os cientistas mais notáveis do planeta, um fato raro na história da ciência. Esta unanimidade vem da análise de dados científicos bem consistentes, que foram medidos e coletados meticulosamente, usando equipamentos da mais avançada tecnologia. A conclusão é incontestável: o homem colocou a vida no planeta em grave perigo.

Alguns órgãos de imprensa têm sido os principais culpados por causar esta dúvida nas pessoas. Lamentavelmente, cometem um equívoco ao dar crédito a opiniões de pessoas sem respaldo na comunidade científica, que dão apenas palpites, sem comprovação científica alguma de seus argumentos, provocando a falsa impressão de que a comunidade científica está dividida e num acirrado debate se o homem é ou não responsável pelo aquecimento global.

A situação é mais ou menos a seguinte: para cada 100 cientistas sérios alertando que o homem está causando o aquecimento global, com argumentos científicos bem fundamentados, existe um indivíduo, sem prova científica alguma, dando nada mais do que um palpite negando o fato. Então, alguns jornais passaram a dividir democraticamente o espaço, dando a mesma importância para a conclusão deste grupo de 100 cientistas sérios e para o palpite deste indivíduo, que sem base científica afirma que as causas do aquecimento devem-se a ciclos naturais do clima na Terra.

A respeito das conseqüências devastadoras do aquecimento global sobre a vida na Terra, que obviamente também atingirá a nossa vida, só nos resta saber quando vão ocorrer. E neste ponto os cientistas têm errado: estão acontecendo bem antes do esperado e com intensidade maior do que o previsto em simulações por computador. Um exemplo foi o que ocorreu na Antártica com a plataforma de gelo Larsen-B, que tinha 240 km de comprimento e 50 km de largura, prevista para derreter em 100 anos. Ela se desprendeu e derreteu em apenas 35 dias, no início de 2002. Isso comprova que os efeitos podem não ser graduais como a nossa geração gostaria (para deixar a conta para a próxima geração, quando não estivéssemos mais por aqui). A conta a ser paga pode surgir subitamente e nos surpreender.

Sempre me interessei pela preservação da natureza e desde a época de estudante de física, há 28 anos, tenho acompanhado atentamente este assunto, lendo muitos dos artigos científicos publicados nas mais respeitáveis revistas científicas especializadas e não dava para duvidar da qualidade dos resultados apresentados. Então, associando estes estudos que vinham sendo divulgados, fui ficando cada vez mais angustiado ao perceber que a devastação intensa da Mata Atlântica em Santa Catarina, mais especificamente das Matas de Araucárias no planalto norte, além de ceifar instantaneamente a vida de milhares de bichos que habitavam a área desmatada, estava contribuindo também para aniquilar a nossa própria espécie um pouco mais adiante.

Já que não dispomos de outro planeta para viver e achamos que não é ético negarmos a perpetuação da vida para milhares de organismos, incluindo a nossa própria espécie, minha esposa e eu decidimos criar uma ONG, o Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade, para defender continuidade da vida por aqui. Nossa atuação é através da educação ambiental nas escolas para mostrar para a garotada a importância da preservação das últimas áreas de Mata Atlântica.

A sociedade precisa ser informada para não ser iludida com as propostas mirabolantes e demagógicas, como o plantio de árvores para salvar o planeta diante de um quadro alarmante de desmatamento legal e ilegal, tanto na Mata Atlântica, já quase extinta, como na Floresta Amazônica. Para produzir as mudas, transportá-las e plantá-las, libera-se mais gás carbônico do que a quantidade que será absorvida. Há estudos mostrando que se continuarem a desmatar, a concentração de gás carbônico na atmosfera vai aumentar significativamente a curto prazo, agravando, e muito, o aquecimento global, de modo que por muitas décadas os níveis permanecerão num patamar muito mais elevado do que é hoje – que já é suficiente para nos conduzir ao colapso -, e de nada vai adiantar cobrir o planeta com mudas de árvores, pois levarão muito tempo para crescerem e mesmo após este tempo não conseguirão retirar da atmosfera todo o gás carbônico emitido pela destruição das matas nativas. Lembrando que o desmatamento acaba com a vida dos animais que vivem ali, e o simples plantio de árvores não devolve a biodiversidade de uma floresta.

O que podemos fazer? Se quisermos resolver com seriedade o problema do aquecimento global, e da nossa sustentabilidade neste planeta, todo o esforço da sociedade deve ser empreendido no sentido de parar o desmatamento imediatamente, já! Se obtivermos êxito neste primeiro desafio, aí sim poderemos partir para os próximos: fontes alternativas de energia, projetos de seqüestro do carbono para reduzir os índices aos níveis da era pré-industrial permitindo a regeneração de florestas nativas, plantando árvores etc. Se não conseguirmos vencer nem este primeiro desafio, que não depende de avanços tecnológicos e tampouco gera desenvolvimento – só dependem do simples cumprimento das leis – podemos nos preparar para o pior, que nos espera num futuro bem próximo. Preservar o que resta de nossas florestas é a maneira mais racional e óbvia de prolongar nossa vida na Terra.


*Doutor em Física e Ambientalista, fundador do
Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade
Jaraguá do Sul, SC
www.ra-bugio.org.br

sexta-feira, 19 de junho de 2009

GAIA ESTÁ MORRENDO

É muito interessante a leitura deste artigo. Mostra (com evidências científicas) de que a vida no planeta ficou por um triz diversas vezes. E todos os processos que desencadearam a extinção em massa foram internos (hipótese de GAIA não funcionou!). Há dois processos externos (meteoros e radiação gama), mas são controversos.

A proliferação descontrolada de micróbios foram os responsáveis em quase todos os eventos. Porém, o ser humano está trabalhando neste último processo de extinção em massa da vida na terra, conclui o artigo. Ou seja, em várias situações foram os próprios organismos vivos que tentaram acabar com a vida no Planeta.

Sugiro que usem (com cuidado)* o tradutor automático do google para ler o artigo completo.

*Por exemplo, tem uma parte que ele diz que “neste ponto a teoria de Gaia deixa a desejar”, a tradução saiu como “continua querendo”

Segue algumas partes relevantes que traduzi, destacando aqui a última frase

E o futuro? Aqui também podemos refutar Gaia, e este é talvez o mais interessante - e chocante - de todas as conclusões. A vida parece perseguir ativamente a sua própria morte, a Terra se move cada vez mais para o inevitável dia, quando retorna ao seu estado original: estéril.


Germano Woehl Junior
Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade



Na hipótese de Gaia (de James Lovelock) é que a vida age como um agregado que interage com o ambiente físico de tal forma que não só mantém a Terra habitável mas continuamente melhora das condições da própria vida. E que isto ocorre através de uma série de interações (feedbacks) semelhantes aos sistemas biológicos de homeostase, o mecanismo pelo qual os organismos vivos mantêm um ambiente interno estável. Aqueles aspectos que mais afectam a habitabilidade do planeta, ou seja, a temperatura, a composição química dos oceanos e da água potável, bem como a composição da atmosfera, não são apenas influenciados pela vida, mas são controlados por ela.

Bom, estudos geológicos de bilhões de anos derrubam esta hipótese. Várias vezes os organismos vivos (micróbios) tentaram acabar com a vida no planeta, alterando a composição química da atmosfera.

A mais forte condenação à hipótese Gaia são os novos resultados do estudo de extinções em massa que ocorreram desde a evolução dos animais 565 milhões de anos atrás, de que tenha havido cinco maiores e mais cerca de 10 menores.
Quando em 1980 geólogos fizeram a descoberta revolucionária que a extinção em massa do período Cretáceo / Terciário, 65 milhões de anos atrás, foi causada por um asteróide que atingem a Terra, que logo se tornou ortodoxia que todas as extinções massa tinha sido causada por eventos extraterrestres: impactos ou seja, no caso de extinção Ordovician a 443 milhões de anos atrás, uma gamma-ray burst. Estes eventos são chamadas de "Gaia neutro", porque a vida não tem qualquer forma de preparação para eles.
E o futuro? Aqui também podemos refutar Gaia, e este é talvez o mais interessante - e chocante - de todas as descobertas. A vida parece perseguir ativamente a sua própria morte, a Terra se move cada vez mais para o inevitável dia, quando retorna ao seu estado original: estéril.

Se estes modelos estão corretos, a vida na Terra já está em sua velhice. A aventura que começou 3,8 bilhões de anos atrás, e é ainda o único que conhecemos da vida no universo, talvez tenha outra bilhões de anos para ser executado. A declínio gradual das emissões de CO2 na atmosfera, até se acabar, já começou - o efeito da queima de combustíveis fósseis é apenas um “soluço” (um incremento momentâneo). Gaia está morrendo. Viva longa Medea! Por enquanto.


Na hipótese de Gaia (de James Lovelock) é que a vida age como um agregado que interage com o ambiente físico de tal forma que não só mantém a Terra habitável mas continuamente melhora das condições da própria vida. E que isto ocorre através de uma série de interações (feedbacks) semelhantes aos sistemas biológicos de homeostase, o mecanismo pelo qual os organismos vivos mantêm um ambiente interno estável. Aqueles aspectos que mais afectam a habitabilidade do planeta, ou seja, a temperatura, a composição química dos oceanos e da água potável, bem como a composição da atmosfera, não são apenas influenciados pela vida, mas são controlados por ela.

Bom, estudos geológicos de bilhões de anos derrubam esta hipótese. Várias vezes os organismos vivos (micróbios) tentaram acabar com a vida no planeta, alterando a composição química da atmosfera.

A mais forte condenação à hipótese Gaia são os novos resultados do estudo de extinções em massa que ocorreram desde a evolução dos animais 565 milhões de anos atrás, de que tenha havido cinco maiores e mais cerca de 10 menores.

Quando em 1980 geólogos fizeram a descoberta de que a terra-quebrar o Cretáceo / Terciário extinção maciça de 65 milhões de anos atrás foi causada por um asteróide que atingem a Terra, que logo se tornou ortodoxia que todas as extinções massa tinha sido causada por eventos extraterrestres: impactos ou seja, no caso de extinção Ordovician a 443 milhões de anos atrás, uma gamma-ray burst. Estes eventos são chamadas de "Gaia neutro", porque a vida não tem qualquer forma de preparação para eles.


E o futuro? Aqui também podemos refutar Gaia, e este é talvez o mais interessante - e chocante - de todas as descobertas. A vida parece perseguir ativamente a sua própria morte, a Terra se move cada vez mais para o inevitável dia, quando retorna ao seu estado original: estéril.

Se estes modelos estão corretos, a vida na Terra já está em sua velhice. A aventura que começou 3,8 bilhões de anos atrás, e é ainda o único que conhecemos da vida no universo, talvez tenha outra bilhões de anos para ser executado. A declínio gradual das emissões de CO2 na atmosfera, até se acabar, já começou - o efeito da queima de combustíveis fósseis é apenas um “soluço” (um incremento momentâneo). Gaia está morrendo. Viva longa Medea! Por enquanto.


AO CONTRÁRIO DO QUE DIZ LOVELOCK,
OS FILHOS DE GAIA QUEREM MATÁ-LA.

A IRMÃ GÊMEA MALVADA DE GAIA: A VIDA é seu próprio pior inimigo?


Gaia's evil twin: Is life its own worst enemy?

Newscientist 17 June 2009 by Peter Ward

Magazine issue 2713.

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Interactive graphic: Medean extinctions throughout evolutionary history
THE twin Viking landers that defied the odds to land on Mars in 1976 and 1977 had one primary goal: to find life. To the disappointment of nearly all concerned, the data they sent back was a sharp dash of cold water. The Martian surface was harsh and antibiotic and there was no sign of life.
To two NASA scientists, James Lovelock and Dian Hitchcock, this came as no surprise - in fact, they would have been amazed to see any evidence of life on Mars. A decade before Viking, Lovelock and Hitchcock, both atmospheric scientists, had used observations of the Martian atmosphere to deduce that there could be no life on the planet.

From their research arose one of the most influential, ground-breaking scientific ideas of the 20th century - the Gaia hypothesis, named after the ancient Greek goddess of the Earth, a nurturing "mother" of life. But is it correct? New scientific findings suggest that the nature of life on Earth is not at all like Gaia. If we were to choose a mythical mother figure to characterise the biosphere, it would more accurately be Medea, the murderous wife of Jason of the Argonauts. She was a sorceress, a princess - and a killer of her own children.

The Gaia story starts in the 1960s, when Lovelock and Hitchcock showed that the Martian atmosphere was in a state of chemical equilibrium - a stagnant pool of carbon dioxide with a dash of nitrogen but very little oxygen, methane or hydrogen. They contrasted it with our own, which they recognised as being in chemical disequilibrium, with CO2 and oxygen levels in constant flux. The key driver of this flux is life: photosynthesis exchanges CO2 for oxygen, and aerobic metabolism does the opposite. Without life, our atmosphere would radically change from the oxygen-rich and life-sustaining gaseous mix we breathe to one in chemical equilibrium - one that, like the Martian atmosphere, would be inimical to life.

Earth's atmosphere is not only in flux, it is welcoming to life, and has been for billions of years. Similarly, Earth's surface temperature, acidity and ocean chemistry seem to have been stable for billions of years, hovering around mean values that allow continued habitability. Pondering these implications, Lovelock began piecing together a novel view of life and its interaction with the planet that hosts it. Although he focused on Earth, his ideas have implications for any habitable planet, and he has spent the rest of his career honing them.

Stated briefly, the Gaia hypothesis is that life as an aggregate interacts with the physical environment in such a way that it not only keeps the Earth habitable but continually improves the conditions for life. It does this through a series of feedback systems similar to biological homeostasis, the mechanism by which living organisms maintain a stable internal environment. Those aspects that most affect the habitability of the planet - temperature, the chemical composition of the oceans and fresh water, and the make-up of the atmosphere - are not just influenced by life, they are controlled by it.

Lovelock's concept has evolved over time, and Gaia has speciated into several different hypotheses (see "The many faces of Gaia"). Within a decade of his first writings he elevated his hypothesis to the scientifically stronger Gaia theory. In the mid-1970s he described his view of things as follows: "The Gaia theory says that the temperature, oxidation state, acidity and certain aspects of the rocks and waters are kept constant, and that this homeostasis is maintained by active feedback processes operated automatically and unconsciously by the biota."

Lovelock eventually began to refer to the planet itself as some kind of superorganism. "The entire range of living matter... from whales to viruses and from oaks to algae could be regarded as constituting a single living entity capable of maintaining the Earth's atmosphere to suit its overall needs and endowed with faculties and powers far beyond those of its constituent parts," he wrote in his 1979 book Gaia: A new look at life on Earth. In other words, the Earth is not simply a planet that harbours life, it is itself alive.

The idea was simple and elegant, and quickly attracted many adherents, both scientists and non-scientists. Some researchers saw in Gaia a new way of thinking about the cycles of organic components and elements. Some followed Lovelock's lead in searching for scientific support for the idea that life regulates conditions on the planet. Some, mainly non-scientists, saw in it a new view of how humans should relate to the planet and the rest of life. Some even found the face of god in the concept.

Gaia continues to generate scientific interest and debate: there have been three international conferences devoted to the hypothesis, the most recent in 2006