O crime abominável contra a natureza presenciado pela Elza na manhã deste sábado, 25/07/2009, nos deixou profundamente abalados.
Ela parou para comprar banana num daqueles pontos tradicionais na rodovia SC-301, da Serra Dona Francisca, em Pirabeiraba, Joinville (SC), onde os pequenos produtores (população tradicional), sempre muito simpáticos, costumam vender sua produção de bananas às margens daquela rodovia que corta a Serra do Mar. Nesta região, a Mata Atlântica é uma das mais bem preservadas de Santa Catarina.
Para atrair compradores os cachos maduros de banana são pendurados na parte da frente das barraquinhas.
Ao se aproximar de um dos pontos de venda, a Elza observou uma linda saíra-de-sete-cores sobre o muro, se deslocando em direção a uma fonte de comida, ao lado da barraquinha. De repente, ao bicar a comida oferecida sobre o muro... Pleft! UMA RATOREIRA desarmou e ceifou instantaneamente a vida da saíra.
Ao desarmar, com a força da mola, a ratoeira saltou de cima do muro com saíra presa pelo pescoço. De longe, a Elza não havia percebido a ratoeira armada, que tinha como isca uma rodela de banana.
Ela ficou em estado de choque com a cena tão cruel e covarde. Em questão de segundos a agradável e motivadora imagem da saíra-de-sete-cores saltitando sobre o muro transformou-se em horror, algo muito repugnante de se presenciar.
Gaturamo (Euphonia violacea)
A um metro de distância desta que matou a saíra havia uma segunda ratoeira armada com mais uma vítima se aproximando, desta vez um gaturamo.
Então, a Elza começou a chorar muito com a atitude deste senhor e implorou desesperadamente para que retirasse esta segunda ratoeira. Ele atendeu aos apelos e o gaturamo foi salvo por um triz (a mesma sorte não teve os que foram mortos antes da Elza chegar, como a própria saíra).
Então, a Elza começou a chorar muito com a atitude deste senhor e implorou desesperadamente para que retirasse esta segunda ratoeira. Ele atendeu aos apelos e o gaturamo foi salvo por um triz (a mesma sorte não teve os que foram mortos antes da Elza chegar, como a própria saíra).
No balcão da barraquinha havia uma tigela cheia de rodelas de bananas, estoque de iscas para algumas horas. O que dá idéia de quantas das mais belas aves da Mata Atlântica são mortas ali todos os dias.
Enquanto retirava a saíra morta da ratoeira, ele justificou que não joga fora suas vítimas. Servem de petisco. Em seguida, entregou a saíra para a sua mulher que rapitadamente a levou para a cozinha, para ser preparada.
Nesta época do ano, quando chove e faz muito frio, diminui muito a oferta de comida nas áreas preservadas, especialmente nas matas secundárias, então as aves ficam muito famintas. Elas se arriscam e atacam os cachos de bananas maduras, bicando algumas bananas (e os fregueses podem rejeitar o cacho). Então, esta é a maneira que este senhor encontrou para resolver o problema. Certamente, não deve ser o único a fazer isso.
Germano