Esta imagem é da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, localizada em Itaiópolis (SC), e mostra um exemplar de CANELA-PRETA (Ocotea catharinensis), espécie ameaçada de extinção, que foi abatida provavelmente no início dos anos 80 (há 30 anos) e esquecida no meio da mata, isto é, não foi aproveitada. A parte mole já apodreceu (só ficou o cerne, a parte mais dura e resistente da madeira). Uma canela-preta para atingir este tamanho leva pelo menos 300 anos.
O local fica ao lado da estrada que abriram com trator-de-esteira no meio da mata para extração da madeira mais valiosa. Já é o segundo exemplar de canela-preta abatida e não aproveitada que encontramos na RPPN
Para nossa sorte, foram esquecidos também vários exemplares vivos de canela-preta e canela-sassafrás em lugares fáceis de tirarem. Nos lugares de difícil acesso, a mata está ainda intacta.
Cepo e tronco da canela-preta (Ocotea catharinensis) abatida há mais de 30 anos. As partes moles já apodreceram. Clique sobre a imagem para ampliar
A Canela-preta é uma espécie da flora brasileira ameaçada de extinção do ecossistema da Mata Atlântica, segundo a Portaria do IBAMA nº 37-N, de 3 de abril de 1992 (Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção)
De acordo com Reitz et al (1978), em Santa Catarina, a canela-preta chega a representar até um terço do volume em madeira em matas primárias na floresta pluvial atlântica. Devido à qualidade de sua madeira e ao amplo uso para que se presta, em Santa Catarina esta foi severamente explorada. A medida que ia ficando rara, seu valor comercial aumentava, viabilizando a extração em locais de difícil acesso.
Exemplar gigantesco de canela-preta (Ocotea catharinensis) que está a salvo na RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis (SC). Foto: 10/02/2013. Clique sobre a imagem para ampliar |
Referências
Klein, R.M. Ecologia da flora e vegetação do Vale do Itajaí. Sellowia, 30 e 31. 1979-1980.
Reitz,R.; Klein,R.M.; Reis, A. Projeto Madeira de Santa Catarina. 1978. 320 p.