Repare na imagem acima o reflorestamento de Pinus incrustado em uma área preservada de Mata Atlântica, às margens do rio Itajaí, em Itaiópolis (SC), a menos de 1 km da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí. Parte do reflorestamento está em uma área de alta declividade, que é Área de Preservação Permanente (APP), protegida pelo Código Florestal. Clique sobre a imagem para ampliá-la e observar a grande quantidade de Pinus que secou.
Os moradores da região informaram que os macacos atacam os reflorestamentos com mais intensidade no inverno, quando a fome aperta e eles não conseguem encontrar comida suficiente nos reduzidos fragmentos de floresta que ainda estão em pé aguardando as próximas investidas das motosserras.
Para acabar com o problema, donos de reflorestamentos resolveram simplesmente acabar com os macacos que lutam para vivem nestes fragmentos cada vez mais reduzidos. Alguns contratam caçadores e pagam por cada macaco-prego abatido. Em 2005, fui informado por moradores que um dono de reflorestamento pagava R$ 10,00 por cabeça.
Macaco-prego (Cebus apella) fotografado na RPPN Corredeiras do Rio Itajai, em Itaiópólis, Santa Catarina. Foto tirada em 17/01/2010. Clique sobre a imagem para ampliar. |
O problema dos macacos se alimentarem da casca de Pinus é bem conhecido há muito tempo conforme mostra este trabalho publicado em 1994:
Alexandre Koehler e Carlos Firkowski. Descascamento de pinus por macaco-prego, FLORESTA, Vol. 24, No 12 (1994)
Tem até tese de mestrado sobre o assunto:
Denilson Roberto Jungles de Carvalho. Predação em Pinus spp. por Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) (Primates; Cebidae) na Região Nordeste do Paraná; UFPr – Setor de Ciências Biológicas – Pós-graduação em Ecologia e Conservação - Curitiba (2007) - Tese de Mestrado em PDF
Macaco-prego (Cebus apella) fotografado na RPPN Corredeiras do Rio Itajai em 17/01/2010. Clique sobre a imagem para ampliar.