Todos os dias somos bombardeados por notícias de que alguém, finalmente, achou uma maneira de aliviarmos nossa consciência do consumo insustentável, com a descoberta de uma solução revolucionária do lixo que produzimos como a utilização de garrafas PET para aquecedores solares, dutos para água, boias etc.
A radiação ultravioleta (que é constituída por fótons de alta energia) solar interage com o material plástico e quebra a longa cadeia de carbono do polímero. Em outras palavras, quando exposto ao sol, o material fica todo quebradiço em poucas semanas, fragmentando-se em pequenos pedaços e contaminado o ambiente PARA SEMPRE, já que neste estado é difícil coletar os pedacinhos.
Nestas condições ou quando sujas as garrafas PET ficam inviáveis para a reciclagem. Na verdade, não é bem reciclagem porque o material plástico resultante não pode mais ser utilizado novamente para fabricar garrafas PET. É transformado em outro tipo de plástico. Por isso, é tão importante REDUZIR o consumo de PET (refrigerantes, água engarrafada...).
Causamos menos danos ao ambiente se depositarmos as garrafas limpinhas, logo após o consumo do conteúdo. Se sujar um pouco, já era! Vai tudo para o aterro sanitário ou jogado na beira de estradas, provocando contaminação eternamente. Estudos recentes revelam que as garrafas PET não são tão inertes como se pesava. Liberam substâncias nocivas à saúde e ao meio ambiente. Ver abaixo as referências.
Minha esposa e eu acabamos herdando um passivo ambiental deste tipo, deixado em uma área preservada que adquirimos, em Itaiópolis (SC), onde está sendo criada uma reserva particular, RPPN Corredeiras do Rio Itajaí .
RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, em Itaiópolis (SC)
O antigo proprietário usou centenas de garrafas PET, enchendo-as com areia, para fazer os canteiros de sua horta. Como nossa intenção é devolver a área ocupada pela residência para a natureza, isto é, deixar a Mata Atlântica engolir tudo, incluindo a casa de madeira da chácara, e tentamos remover as garrafas semi-enterradas.
Todas se esfacelaram!!! Em milhares de pequenos pedacinhos, que ficarão lá, para a posteridade. Só deu para retirar a parte onde não incidiu a luz solar, isto é, a parte enterrada, que estava toda suja, obviamente, e foi descartada no aterro.
Outro absurdo é usar estas garrafas PET em artesanato onde se agrega tintas, vernizes e solventes altamente nocivos à saúde humana, sendo que em pouco tempo tudo se degrada e acaba sendo descartado no aterro. Pior: incentivam isso nas escolas e chamam a atividade de “educação ambiental”, esquecendo de informar as crianças de que não faz muito tempo as garrafas eram de vidro e retornáveis e que em alguns lugares do planeta estas garrafas PET, bem como as latinhas de alumínio, são proibidas.
Garrafas PET liberam substâncias cancerígenas Hormônios Ambientais
Cito aqui três referências sobre os riscos à saúde e ao meio
ambiente das garrafas PET. São dois artigos científicos e uma matéria uma
matéria do jornal britânico Daily Mail sobre as pesquisas comprovando que as
garrafas PET não são tão inertes como se pensava para servir de embalagens para
alimentos ou outra utilidade.
Liberam compostos com atividade endócrina (CAEs),
os chamados desreguladores endócrinos (endocrine disruptors) ou hormônios ambientais, que são substâncias com atividade hormonal.
Outro contaminante encontrado foi o elemento químico Antimônio, que tem potencial
cancerígeno. O Antimônio contamina o material polímero PET nos processos de
fabricação, foi uma das hipóteses levantadas.
Portanto, garrafas PET podem ser lixo tóxico perigoso e não deve ser reutilizada ou descartada no meio ambiente.
1. Fruit
juice cancer warning as scientists find harmful chemical in 16 drinks
By Sophie
Borland
2. Polyethylene
Terephthalate May Yield Endocrine Disruptors
Leonard Sax
Montgomery Center for Research in Child
and Adolescent Development, Exton,
Pennsylvania, USA
http://ehp.niehs.nih.gov/0901253/
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Environ
Health Perspect 118:445-448 (2009). http://dx.doi.org/10.1289/ehp.0901253
[online 25 November 2009]
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Abstract
Background:
Recent reports suggest that endocrine disruptors may leach into the contents of
bottles made from polyethylene terephthalate (PET). PET is the main ingredient
in most clear plastic containers used for beverages and condiments worldwide
and has previously been generally assumed not to be a source of endocrine
disruptors.
Objective:
I begin by considering evidence that bottles made from PET may leach various
phthalates that have been putatively identified as endocrine disruptors. I also
consider evidence that leaching of antimony from PET containers may lead to
endocrine-disrupting effects.
Discussion:
The contents of the PET bottle, and the temperature at which it is stored, both
appear to influence the rate and magnitude of leaching. Endocrine disruptors
other than phthalates, specifically antimony, may also contribute to the
endocrine-disrupting effect of water from PET containers.
Conclusions:
More research is needed in order to clarify the mechanisms whereby beverages
and condiments in PET containers may be contaminated by endocrine-disrupting
chemicals.
Key words:
antimony, bottled water, endocrine disruptors, leaching, phthalates,
polyethylene terephthalate
Address
correspondence to L. Sax, Montgomery
Center for Research in
Child and Adolescent Development, 64
E Uwchlan Ave., #259, Exton, PA 19341 USA. Telephone: (610) 296-2821.
Fax: (610) 993-3931. E-mail: MCRCAD@verizon.net
The author
declares he has no competing financial interests.
Received 25
July 2009; accepted 25 November 2009; online 25 November 2009.
3. Elevated
antimony concentrations in commercial juices.
Claus
Hansen et al. (2010). Journal of Environmental Monitoring 12 (4): 822–4