sexta-feira, 27 de maio de 2011

Contato com a natureza melhora a concentração das crianças nos estudos e ajuda na terapia da hiperatividade

Estudantes de uma escola pública de Navegantes (SC) interagindo com a natureza nas trilhas interpretativas da RPPN Santuário Rã-bugio, em Guaramirim (SC). Clique sobre a imagem para ampliar.


Uma pequena “dose de natureza” melhora a concentração das crianças nos estudos e ajuda no tratamento da hiperatividade

A importância do nosso projeto de educação ambiental em trilhas interpretativas de matas preservadas para interação das crianças e adolescentes com a natureza, que já atendeu nas trilhas da Mata Atlântica 50 mil estudantes das escolas públicas nos últimos 10 anos. Conheça os projetos em andamento acessando este link

Estudos realizados nos Estados Unidos por cientistas da Universidade de Illinois, publicados em 2008, revelaram que apenas 20 minutos de atividades em trilhas interpretativas (“uma pequena dose de natureza”) já é suficiente para melhorar a concentração das crianças nos estudos. Sugerem que o contato com a natureza pode ser útil como uma terapia complementar ou preventiva para crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Neste trabalho os cientistas dizem que os efeitos da pequena "DOSE DE NATUREZA" (20 minutos de contato com a natureza) foram semelhantes aos obtidos com doses ministradas do medicamento a base de metilfenidado (methylphenidate) para tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Segue abaixo a tradução do resumo do artigo.

Crianças com déficit de atenção concentram-se melhor após a caminhada no parque

Andrea Faber Taylor
Frances E. Kuo
University of Illinois, Urbana-Champaign

Objetivo: Na população em geral, a atenção é comprovadamente reforçada após a exposição a certos ambientes físicos, particularmente ambientes naturais. Este estudo analisou os impactos dos ambientes sobre a atenção em crianças com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Método: Neste dentro do projeto de disciplinas, cada participante experimentou cada um dos três tratamentos (ambientes) em um único ensaio clínico controlado. Dezessete crianças 7 a 12 anos com diagnóstico de TDAH experimentaram cada uma os três ambientes de um parque da cidade e outros dois em centros urbanos, através de passeios individuais guiados de 20 minutos. Ambientes foram experimentados em intervalos de 1 semana, com a atribuição ao acaso para a ordem de tratamento. Depois de cada passeio, a concentração foi medida usando um teste de memorização regressiva de números (Digit Span Backwards.) Resultados: As crianças com TDAH se concentraram melhor depois do passeio no parque do que após a caminhar no centro da cidade (p = 0,0229) ou no bairro (p = 0,0072). Os efeitos foram significativos (Cohen d =. 52 e 0,77, respectivamente) e semelhantes aos relatados para as formulações recentes do medicamento metilfenidato.

Conclusão: Em apenas vinte minutos em de caminhadas nas trilhas de um parque foi suficiente para elevar o desempenho da atenção em relação ao mesmo período de tempo em outros ambientes. Estes resultados indicam que os ambientes naturais podem realçar a atenção não só na população geral, mas também nas populações de TDAH. "Doses de natureza” podem ser utilizadas como um método seguro, barato e amplamente acessível para tratar dos sintomas de TDAH

Crianças nas atividades interativas com a natureza nas trilhas da RPPN Santuário Rã-bugio, em Guaramirim (SC), monitoradas por Elza Nishimura Woehl



Children With Attention Deficits Concentrate Better After Walk in the Park

Journal of Attention Disorders OnlineFirst, published on August 25, 2008 as doi:10.1177/1087054708323000

Andrea Faber Taylor

Frances E. Kuo
University of Illinois, Urbana-Champaign


Objective: In the general population, attention is reliably enhanced after exposure to certain physical environments, particularly natural environments. This study examined the impacts of environments on attention in children with ADHD.

Method: In this within subjects design, each participant experienced each of three treatments (environments) in single blind controlled trials. Seventeen children 7 to12 years old professionally diagnosed with ADHD experienced each of three environments—a city park and two other well-kept urban settings—via individually guided 20-minute walks. Environments were experienced 1 week apart, with randomized assignment to treatment order. After each walk, concentration was measured using Digit Span Backwards. Results: Children with ADHD concentrated better after the walk in the park than after the downtown walk (p= 0.0229) or the neighborhood walk (p = 0.0072). Effect sizes were substantial (Cohen’s d = 0.52 and 0.77, respectively) and comparable to those reported for recent formulations of methylphenidate.

Conclusion: Twenty minutes in a park setting was sufficient to elevate attention performance relative to the same amount of time in other settings. These findings indicate that environments can enhance attention not only in the general population but also in ADHD populations. “Doses of nature” might serve as a safe, inexpensive, widely accessible new tool in the tool kit for managing ADHD symptoms. (Journal of Attention Disorders, v12 n5 p402-409, 2009)


Keywords: children; attention; physical environment; symptom management

Andrea Faber Taylor is a postdoctoral research scientist
studying children’s environments and behavior in the
Department of Natural Resources and Environmental Sciences
at the University of Illinois, Urbana-Champaign.

Frances E. Kuo is an associate professor in the Department of
Natural Resources and Environmental Sciences, and the
Department of Psychology at University of Illinois, Urbana-
Champaign.

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