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Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Trecho com escadas da trilha de acesso à cachoeira Cheonjeyon |
Estes locais na ilha de Jeju recebem milhares de turistas todos os dias. Boa parte Jeju é turismo doméstico, isto é, de coreanos da capital Seul e do restante do país. A ilha de Jeju, população de 531.905 habitantes (censo 2010) e área 1.849 km2, é uma espécie de Hawai para os coreanos. Dos 5 milhões de turistas que visitaram a ilha em 2011, um milhão eram estrangeiros (20%). Do total destes turistas estrangeiros 73% eram chineses e japoneses. Os turistas estrangeiros gastaram na ilha de Jeju quase 1 bilhão de dólares (R$ 2 bilhões) em 2011 [referência: Jeju greets its first-ever '1 millionth' foreign tourist ]. A passagem aérea de Seul até a ilha de Jeju (um trecho de 600 km) por até 40 dólares (R$ 80) deve ter bastante influência neste número de 5 milhões de turistas anuais. O governo da província de Jeju quer dobrar este número de turistas estrangeiros para 2 milhões até 2014.
Para visitar os monumentos naturais, como uma cachoeira, a cratera de um vulcão inativo ou um parque nacional é cobrado dos adultos um ingresso de 2 dólares (R$ 4,00). Nas segundas-feiras a entrada é livre.
Não se observa nenhum sinal de vandalismo na infraestrutura destes locais com vários quilômetros de trilhas bem sinalizadas e manutenção impecável. Nem uma árvore com gravações de letras na casca, nem um papel de bala, latinha de alumínio, saco plástico ou chicletes jogado no chão, nada, nada... E não há guardas ou policiais vigiando a conduta dos turistas. A educação dos coreanos, tanto do continente como da ilha de Jeju, também nos deixou deslumbrados.
Ilha de Jeju, Coreia do Sul. Trilha para visitar a cratera do vulcão inativo Seongsan Ilchul-bong. Excursões de milhares de estudantes, sempre muito disciplinados, vindos do continente são frequente |
Quando fomos conhecer a cachoeira Cheonjiyeon, que ficava a poucos metros do nosso hotel entramos na trilha que tinha dois sentidos devido ao atalho que tomamos. Então, pedimos informação para uma jovem coreana, que nos contou que era uma turista da capital Seul. Ela disse não ter muita certeza, mas indicou a direção como sendo mais provável. Depois que caminhamos mais de 1 km, ela veio correndo atrás de nós, aos gritos, pedindo mil desculpas, porque havia se informado melhor e aquela era a direção errada, que deveríamos voltar. Em outra situação, estava chuviscando durante nosso passeio no centro da cidade de Seogwipo e dois coreanos nos ofereceram o guarda-chuva que usavam.
Ilha de Jeju, Coreia do Sul. Estudantes na trilha para visitar a cratera do vulcão inativo Seongsan Ilchul-bong |
Em 2007 eles começaram a construir uma trilha no contorno da ilha para os amantes de caminhadas (Hikers), que são chamadas de Olle Jeju. O termo “Olle” significa calçada no dialeto de Jeju. A expressão Olle Jeju quando pronunciada em coreano se assemelha a “Venha para Jeju”. Esta trilha atualmente já tem 250 km e passa pelos principais pontos turísticos, integrando-se às trilhas de visitação. Passa também por dentro de matas preservadas nas montanhas. Nas fotos desta matéria, que eu tirei com a Elza, é possível ver alguns trechos destes 250 km. Estima-se que anualmente 1,2 milhões de pessoas façam caminhadas nestas trilhas.
Foi engraçado que só descobrimos depois do que se tratavam aquelas trilhas seguindo para o meio da mata com acesso em vários lugares no centro da cidade. As placas indicavam “Olle Jeju” e nós achávamos que se tratava de algum dos centenas de parques ou monumentos naturais.
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Trecho da trilha de acesso à cachoeira Cheonjeyon. Era uma manhã e havia chovido muito durante a noite. Percorremos alguns quilômetros da trilha com esta mesma estrutura. |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Elza caminhando nas trilhas de acesso à cachoeira Cheonjeyon |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Trecho da trilha para visitar a cachoeira Cheonjeyon |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Trecho da trilha de acesso à cachoeira Cheonjeyon. Repare na segurança desta trilha. |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Área de descanso no trecho da trilha de acesso à cachoeira Cheonjeyon |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Trecho da trilha de acesso à cachoeira Cheonjeyon. Em vários pontos foram construídos estes muros para evitar o deslizamento da encosta. |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Trecho da trilha de acesso à cachoeira Cheonjeyon. Detalhes das informações da placa para quem está percorrendo as trilhas do circuito "Olle Jeju" |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Trecho com escadas da trilha de acesso à cachoeira Cheonjeyon |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Cachoeira Cheonjeyon no final da trilha |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Trecho com escadas da trilha de acesso à cachoeira Cheonjeyon |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: Placa em uma das nascentes na trilha de acesso à cachoeira Cheonjeyon |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul - trilha p/cachoeira Cheonjeyon grade de proteção para evitar quedas em um precipício (barroca). |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul - rio Jungmuncheon |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul - rio Jungmuncheon que pode ser visto da trilha |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul: As trilhas são mantidas sempre limpas. As folhas que caem das árvores são varridas constantemente. |
Ilha de Jeju, Coreia do Sul. Trilha para visitar a base do vulcão inativo Seongsan Ilchul-bong, uma linda praia do Oceano Pacífico. |
9 comentários:
Maravilhoso exemplo, Germano, que deveríamos seguir por aqui! Aliás, deveríamos seguir outros exemplos da Coréia do Sul, como os estratégicos investimentos que fizeram em Educação. Uma Educação Ambiental proficiente aplicada em um sistema de educação deficiente é quase um trabalho de Sísifo! Parabéns pela postagem!
Muito interessante, mas fiquei pensando de onde saiu toda aquela madeira maciça para construção da trilha... Será que é de reflorestamento? Teve informações sobre isso?
A única informação que obtive é que se trata de madeira tratada (para aumentar a resistência a fungos). Portanto, é madeira mole e certamente provêm de reflorestamento. A partir de 1950 a Coréia fez um grande esforço para acabar com a exploração de madeira das florestas nativas, que foram quase exterminadas na segunda-guerra. Para suprir a demanda de madeira criou florestas nacionais e estimulou também reflorestamentos privados. A madeira que a Coréia do Sul consome atualmente é de produção nacional e a maior parte, entre 85 e 90%, importada. O consumo de madeira na Coréia do Sul chega a ser inexpressivo quando comparado com a China e Japão.
Fiquei feliz de ver essas fotos tão lindas! Adoraria visitar a ilha Jeju, mas não falo coreano e não sei como planejar uma viagem dessas.
Um dia vou lá passear!
Poxa! que pena que o Brasil tem uma natureza tão rica e não investe nisso,e a educação então... nossas escolas.... Parabéns maravilhoso trabalho.
É uma pena que excluíram deste roteiro as pessoas com deficiência e idosos, pois com tanta escada sem corrimãos adequados..Sustentabilidade pode conviver com Acessibilidade.Acessibilidade Já !
É uma pena que excluíram deste roteiro as pessoas com deficiência e idosos, pois com tanta escada sem corrimãos adequados..Sustentabilidade pode conviver com Acessibilidade.Acessibilidade Já !
É uma pena que excluíram deste roteiro as pessoas com deficiência e idosos, pois com tanta escada sem corrimãos adequados..Sustentabilidade pode conviver com Acessibilidade.Acessibilidade Já !
Arq.Ricardo Tempel Mesquita
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