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Ainda não fizemos o levantamento das belezas naturais das nossas áreas protegidas nas cabeceiras do rio Itajaí, em Itaiópolis (SC). Não temos idéia, por exemplo, de quantas cachoeiras existem nos rios e riachos que nascem ou cortam nossas áreas preservadas.
Só sabemos que são muitas cachoeiras. Deve ter dezenas, mas a maioria é de difícil acesso. Somente em um dos rios da RPPN das Araucárias Gigantes, que seguimos o curso recentemente, encontramos seis belíssimas cachoeiras com queda superior a 5 metros.
A Elza não vai esquecer facilmente daquele dia. Foi nesta aventura que ela encostou a mão inteira em uma lagarta verde enorme camuflada em um arbusto. Era daquelas lagartas com “pinheirinhos” repletos de espinhos, que só de olhar já lhe queima.
Ela começou a gritar desesperadamente e chorou bastante de tanta dor, porque realmente é insuportável, mas passa depois de uns 15 minutos. Eu não sabia o que fazer e tentei consolá-la fotografando esta lagarta enorme como se fosse o achado mais importante do mundo. Veja a foto em nosso site, clique aqui.
No dia 22/01/2010, sem a companhia da Elza, consegui acessar uma das cachoeiras da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, em um dos afluentes do rio do couro, que é esta da foto acima. Estimamos que tenha entre 35 e 40 metros de altura. Suas águas são puríssimas, já que este afluente tem toda sua bacia hidrográfica recoberta de floresta primária e fica dentro da RPPN.
Já sabíamos da existência desta cachoeira há dois anos, quando descíamos pelo rio e encontramos esta barreira instransponível. Só deu para ouvir o barulho da queda d’água, ver a borda do precipício e perceber que era bem alta. Lembro-me que foi até perigoso chegar perto. Não havia como descer pelas laterais (a queda é abrupta).
Então, somente na semana passada eu consegui chegar até esta cachoeira subindo o rio a partir de sua foz no rio do Couro. Desgraçadamente, no caminho para chegar até o rio do Couro eu também encostei acidentalmente na mesma espécie de lagarta que a Elza encostou. Foi aí que eu percebi que a Elza não exagerou no choro. A dor é realmente muito intensa apesar de eu ter encostado somente a ponta do dedo, enquanto que a Elza encostou a mão toda.
Quando a Elza viu as fotos da cachoeira ficou doida para ir até lá, já que o acesso não é tão difícil. E para se prevenir contra as lagartas, do capim-navalha, da taquara-lambedora (que arranca pedaços da pele quando a gente encosta) e dos espinhos, vamos usar luvas.