sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

IUCN da Holanda aprova projeto do Instituto Rã-bugio

Estudantes com Elza Nishimura Woehl durante as atividades ao ar livre de interpretação da natureza, nas trilhas do Centro Interpretativo da Mata Atlântica, em Jaraguá do Sul (SC)

A IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza (International Union for Conservation of Nature) - da Holanda aprovou o projeto de educação ambiental do Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade que será desenvolvido nas escolas públicas de Itaiópolis (SC).

O objetivo é envolver a comunidade na conservação da natureza para que as pessoas percebam a importância das áreas preservadas de Mata Atlântica nas cabeceiras do rio Itajaí, em que estão sendo destruídas com muita intensidade, provocando perda irreversível de biodiversidade e degradando os recursos hídricos, além dos problemas de enchente em cidades como Blumenau (SC).

O projeto do Instituto Rã-bugio foi inscrito no edital da IUCN da Holanda do ano passado, concorrendo com projetos de instituições do mundo inteiro. Os recursos deste edital foram doados à IUCN pelo Governo da Holanda, que destina um percentual da arrecadação de jogos de loteria para salvar a biodiversidade.

A contrapartida deste projeto de educação ambiental será financiada pelo Programa Desmatamento Evitado da ONG SPVS, de Curitiba, em parceria com o Banco HSBC (Seguro Verde Auto) que adotou parte da área da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, localizada em Itaiópolis (SC)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Araucárias Gigantes será oficialmente transformada em reserva

Imagem de uma parte da mata preservada da RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis (SC), mostrando a imponência das gigantescas araucárias. Clique sobre a imagem para ampliá-la.

A RPPN das Araucárias Gigantes foi protocolada no início de janeiro e na semana passada já teve a vistoria da equipe de funcionários do ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente responsável pelas unidades de conservação da natureza. Isto significa que nas próximas semanas já teremos a boa noticia de sua criação.

A imagem acima mostra alguns exemplares das araucárias gigantes que ocorrem na RPPN. Observe a imponência desta magnífica árvore, como ela se destaca na floresta ao atingir uma altura de até 50 metros.
Detalhe de uma das araucárias gigantes, com mais de 50 metros de altura e 4,10 metros de circunferência, que ocorrem na RPPN das Araucárias Gigantes. Este exemplar deve ter mais de 500 anos. Clique sobre a imagem para ampliar
A araucária apresenta também uma grande longevidade. Na literatura* está registrado, pela contagem dos anéis de crescimento, araucárias com até 386 anos de idade. Certa vez, eu vi uma tora gigantesca de uma araucária no pátio de uma serraria em Itaiópolis e, com muita paciência, sob um sol de rachar, contei os anéis. Lembro-me que eram mais de 300.

Repare na imagem uma araucária morta que permaneceu em pé. Muitos acham que não há nenhum problema em “aproveitar” as árvores que morrem, como esta araucária. Engana-se terrivelmente quem pensa assim. Estas árvores que morrem são a fonte de vida de uma floresta, são cruciais e tão importantes para a perpetuação da biodiversidade quanto às árvores vivas. A vida começa nestas árvores que morrem.

Quando uma árvore morre e começa a apodrecer permanecendo em pé ou caindo, milhares de insetos depositam seus ovos nesse tronco em decaimento. As larvas que se desenvolvem tornam-se uma fonte preciosa de alimento para os pica-paus e várias outras espécies de aves e mamíferos.

Muitas espécies de aves usam estes troncos em processo de apodrecimento para construir cavidades para seus ninhos ou abrigos. Confira na imagem abaixo como fica o tronco de uma araucária morta.Araucária que morreu naturalmente na RPPN das Araucárias Gigantes: A vida começa nesta araucária que morre. Clique sobre a imagem para ampliá-la.

E quando o tronco se decompõe totalmente serve de adubo para as árvores que estão vivas. Ou seja, estas árvores que morrem são cruciais para manter o ciclo de vida de uma floresta.

A ganância de extrair da floresta a madeira das árvores que morrem naturalmente provoca também muita destruição. São abatidas dezenas de outras árvores e feita abertura de estradas, ou seja, são abertas grandes feridas na floresta.
Canela-preta (Ocotea catharinensis) espécie ameaçada de extinção que ocorre na RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis (SC). Para atingir este porte leva mais de 300 anos. Clique sobre a imagem para ampliar


*Sanquetta, C. R.; Tetto, A. F.; Fernandes, L. A. V., Corte, A. P. D.; Souza, R. K. 2007. Pinheiro do Paraná: Lendas e Realidades. 2ª.Edição. Curitiba: Optagraf Editora e Gráfica.120p.

Nome científico da ARAUCÁRIA que é conhecida também como PINHEIRO-DO-PARANÁ: Araucaria angustifolia

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Riqueza da RPPN das Araucárias Gigantes em Itaiópolis (SC)

Uma majestosa Sapopema (Sloanea lasiocoma) da RPPN das Araucárias Gigantes com a Elza ao lado.

Na RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis (SC), não somente as araucárias são gigantescas (veja as fotos nas mensagens postadas abaixo), mas também outras espécies de árvores típicas da Mata Atlântica, com esta imponente SAPOPEMA (Sloanea lasiocoma) que fotografei com a Elza ao lado no dia 08/01/2010.

Tronco da sapopema (Sloanea lasiocoma) da mesma árvore da imagem acima

Toda esta riqueza de biodiversidade de uma mata de araucárias intacta está assegurada para as gerações futuras e para sempre.