domingo, 17 de outubro de 2010

Riqueza de aves da Mata Atlântica: patrimônio ameaçado de extinção

Saíra-lagarta (Tangara desmaresti) espécie que depende de áreas bem preservadas de Mata Atlântica para sobreviver. Clique sobre imagem para ampliar.

A cada visita que fazemos à RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, localizada em Itaiópolis (SC), ficamos mais surpresos pela quantidade de espécies de aves que observamos.

Nos meses de inverno e início da primavera, nos dias frios e chuvosos, é a única oportunidade de observar de perto, e fotografar é claro, as várias espécies de saíras, que descem do alto das árvores para se alimentarem dos frutos de plantas arbustivas, como as pixiricas.

Bandos com mais de 50 saíras das espécies saíra-lagarta (Tangara desmaresti) e saíra-do-papo-preto (Hemithraupis guira) que são vistos nas copas das árvores procurando insetos descem para se alimentarem dos frutos das pixiricas.

No início da primavera, os bandos de saíras se desfazem para formarem os casais. É época de reprodução. Nesta época, são os casais que percorrem as pixiricas à procura de frutos maduros. Na falta deles, a fome aperta e as saíras-lagarta comem até os frutos bem verdes e aqueles que mal começaram a se desenvolver.

Estas saíras só podem ser encontradas em matas bem preservadas, demonstrando a importância de salvar estas poucas áreas que ainda restam. O desmatamento é o fim para esta espécie. Não adianta plantar árvores depois ou permitir a regeneração natural que esta espécie e centenas de outras não voltam mais. Por isso, concentramos nossos esforços para salvar as matas que ainda restam.

A saíra-lagarta é uma espécie tão ligada ao hábitat, isto é, às áreas bem preservadas de Mata Atlântica que não frequenta nem os quintais com pomares carregados de frutas madurinhas das propriedades rurais do entorno da RPPN, como fazem outras espécies de aves . Todos os agricultores que moram ali há décadas confirmam esta constatação. Aliás, o aviso de que era inútil esperar em seus pomares as saíras-lagartas para fotografá-las foi dado por eles.

Pode ser que a saíra-lagarta tenha comportamento diferente em outros lugares do Brasil, mas a população de saíra-lagarta da nossa região (Mata Atlântica da região norte de Santa Catarina) é extremamente sensível e não tem conseguido se adaptar ao meio ambiente alterado pela ação do homem ou em fragmentos muito reduzidos de matas preservadas.

Assista aos vídeos e veja dezenas de fotos deste lindo passarinho da Mata Atlântica: CLIQUE AQUI

4 comentários:

João Ângelo ™ disse...

Oi Germano, obrigado por me mandar sempre seus ultimos post´s. Finalmente tenho meu proprio Blog e tbm estou te seguindo no seu DEFENSOR DA NATUREZA.
Felicidades amigo.
Espero sua visita.
http://borboletasbr.blogspot.com/
Abraços.
João Angelo Cerignoni.:B

Estela Brandão disse...

Realmente, a Mata Atlântica é muito rica. Eu moro próximo a Salvador-Ba, onde estão desmatando o trecho da Mata Atlântica da Paralela, de uns meses para cá, tem aparecido muitas aves e cantos novos que ainda não consegui identificar. Várias espécies de periquitos, gaviões, entre outras aves que eu não sei o nome.
O que tem de gavião que vem aqui em casa pegar pedaço de palha de bananeira para fazer ninho aqui por perto é simplesmente incrível.

É uma pena que essas aves belissimas tiveram que sair de seu hábitat para vir morar na cidade e quem sabe em gaiolas na casa de pessoas egoistas que só se importam com o 'ter'

Abraços,
Estela

http://crateradecolonia.blogspot.com/ disse...

germano parabens pelo trabalho e apesar de ter sido açador quando menino em tangara, capital etc sou extremanente solidario aos macacos
walter.tesch65@gmail

Unknown disse...

Moro na região serrana do ES, Santa Maria de Jetibá. Tem mata próximo minha casa. As sairás vem muito ao quintal. Principalmente nas amoreiras. Há muito fizerem ninho numa sebe de pingo de ouro. Valtercovre@hotmail.com