domingo, 20 de março de 2011

Parques eólicos devastam ecossistemas raros e frágeis

Ambiente frágil e muito especial (único) encontrado nos campos de altitute, no topo das montanhas mais altas da Serra do Mar da região norte de Santa Catarina, onde estão sendo realizados estudos para implantar um parque eólico, que vai arrasar este ecossistema.

O que faz uma fonte de energia aparentar ser mais limpa do que outra são as mentiras. O termo em si, “energia limpa”, já é contraditório.

Com muita propaganda, a energia eólica foi eleita como ícone das tão sonhadas fontes de energia limpa. Sob a égide da "energia que vem dos ventos", parques eólicos estão sendo implantados sem qualquer exigência de estudos de impacto ambiental, ou seja, sem nenhuma restrição, em cima de áreas preservadas que ainda conservam vestígios de ecossistemas em processo de extinção. Estão promovendo um verdadeiro massacre de formas de vida com esta falsa propaganda da energia eólica ser limpa.

Tempos atrás, encontrei sensores de vento (levantamento de potencial eólico) no topo das montanhas da Serra do Mar de Santa Catarina. Que é um lugar muito especial, preservadíssimo. Trata-se de um ecossistema com um tipo de vegetação único e extremamente frágil. Só pensar em construir alguma coisa neste local já deveria ser considerado crime contra a humanidade. A implantação de torres eólicas neste local produzirá um gravíssimo impacto ambiental.

No Nordeste, estão destruindo o que resta dos ecossistemas costeiros marinhos, como dunas e manguezais, para implantarem os parques eólicos. Sem falar do impacto na paisagem, que é arrasador. Veja abaixo a intervenção do Ministério Público Federal.

As pás da turbina, que medem tipicamente 45 m de comprimento, são feitas de fibra de vidro, material que já chegou a ser classificado com tendo potencial cancerígeno para os trabalhadores das fábricas de produtos a base deste material, mas esta classificação foi alterada mais tarde para substância sem risco para a saúde. O tempo de vida de uma pá de fibra de vidro é de poucos anos.

FIBRA DE VIDRO - A Fibra de vidro (fiber glass) é um tipo de plástico reforçado. É o resultado da aplicação da resina poliéster sobre uma manta de finíssimos filamentos de vidros que são flexíveis. A resina é um líquido viscoso misturado a um solvente químico, a esta mistura adiciona-se um catalisador e um acelerador (produtos químicos altamente poluentes). Devido ao reduzido tamanho, fragmentos da fibra podem ser absorvidos pelo nosso organismo, através da pele ou através da respiração. Tendem a ser rejeitados pelo organismo, mas como a sua eliminação é difícil, permanecem por muitos anos. Alojam-se, sobretudo, nos pulmões e pela difícil degradação das mesmas podem originar acumulação de liquido e cancro nos pulmões, entre outras doenças.


ENERGIA EÓLICA NO MUNDO
Capacidade instalada de produção de energia eólica no final de 2009 em MW (Mega Watts)

EUA 35.159 MW

Alemanha 25.777 MW
China 25.104 MW
Espanha 19.149 MW
Índia 10.926 MW
Itália 4.850 MW
França 4.492 MW
Reino Unido 4.051 MW
Portugal 3.535 MW
Brasil 744 MW



Detalhe do ambiente frágil e muito especial encontrado nos campos de altitute, no topo das montanhas mais altas da Serra do Mar da região norte de Santa Catarina, onde estão fazendo estudos para implantar um parque eólico.

Instalação do parque eólico em Bom Jardim da Serra (SC) mostrando o grave impacto sobre a paisagem e o ecossistema

MPF/CE: eólica ocupa área de proteção ambiental sem licenciamento do Ibama

A intervenção na área somente é possível quando tiver licenciamento ambiental do Ibama


Distante de qualquer interesse de impedir, por definitivo, a instalação do empreendimento Eólica Caçimbas Ltda, uma ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público Federal em Limoeiro do Norte (CE) solicitando estudos prévios que viabilizem a implantação do empreendimento Eólica Caçimbas Ltda em local adequado no sentido de preservar o meio ambiente, levando em consideração que o projeto está sendo instalado em área de proteção ambiental (APA) e em plena zona costeira.

Diante desses fatos, o procurador da República em Limoeiro do Norte Luiz Carlos Oliveira Júnior solicita, antecipadamente, a anulação imediata do licenciamento ambiental concedido pela Secretária do Meio Ambiente do Estado do Ceará (Semace) para o empreendimento Eólica Caçimbas Ltda. O órgão ambiental estadual não tem competência para conferir o licenciamento de projetos como o empreendimento citado, cujos danos em potencial ultrapassam os limites territoriais do país, explica o procurador na ação.

Em seguida, após ser considerado o primeiro pedido em caráter de urgência, no documento, há como requerimento à Justiça Federal, para que seja reconhecida a competência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) para proceder ao licenciamento do projeto em questão. Afinal sem o estudo prévio, o impacto da instalação do empreendimento pode trazer potencialidade de danos transnacionais, pois se trata de rota migratória de aves do hemisfério norte, além de tratar-se de área localizada em zona costeira e área de preservação ambiental.

Segundo o procurador, é de vital importância a determinação da justiça em somente permitir a intervenção na área destinada pelo empreendedor com o devido licenciamento ambiental por parte do Ibama.


Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Ceará
Tel: (085) 3266 7457
ascom@prce.mpf.gov.br

5 comentários:

Anabela Jardim disse...

Que coisa triste! Deveria ser mais divulgado, pois quem desconhece essa informação entende que esse tipo de energia é benéfico para o meio ambiente. Aqui em MG, temos na região de Diamantina.

Arimatea Silva disse...

Oi, sou Geógrafo, e acopanhei todo esse processo que aconteceu aqui no meu município (Icapuí-CE). O Projeto Eólica Cacimbas foi avaliado 4 vezes pelo Conselho de Meio Ambiente do qual eu fazia parte. O parque eólico seria instalado literalmente em uma área de manguezal, local de grande importância para a rota internacional de aves migratórias. O projeto além de está em desacordo com a Lei 4771/63 art 2º e Resolução do CONAMA 303/02, seria instalado em uma Area de Proteção Ambiental-APA, criada pela Lei Municipal Lei Municipal N° 298/00 de 12 de maio de 2000. O MPF tá de parabéns.

Jose de Arimatea Silva
Mestrando em Geografia - UFC
arhyysmatea@hotmail.com

Unknown disse...

Nosso ambiente já está castigado com as construçôes de hidro e termoelétricas, energia atômica, conbustiveis, energia eólica, entre outras. O Planalto Norte Catarinense deve ser protegido, pois é fonte de muita riqueza natural para a manutenção do ecosistema, fornece muita água para várias formas de vida, inclusive a nossa. Manter preservado é fundamental para o bem-estar e simbiose entre espécies, garantindo assim a preservação da natureza. Sou itaiopolense e estou em prol da causa.

Unknown disse...

Você prefere que continuemos usando petróleo, carvão etc para produção de energia??? Eu também sou um defensor da natureza, porém temos que olhar os dois lados...O mundo ta cada vez mais populoso e pra isso precisa de muita energia. O homem durante tanto tempo abusou da terra ultrapassando a capacidade de se auto recuperar dela, por isso que outras fontes de energia devem ser aproveitadas. Se o vento ta ali porque não aproveitar a energia que ele pode oferecer? Os impactos que a energia eólica causam é visual alguma interferência eletromagnética...O resto é limpo...Pode haver produção agrícola em uma área com parque eólico...Imagina quanto que os produtores não consomem de energia pra produzir os alimentos que vão até nossa mesa? Respeito a opinião de vocês e estou dando a minha porque estou fazendo meu tcc em cima disso, então eu aprendi um pouco sobre o assunto. E também a tecnologia está sempre evoluindo...Quem sabe não inventem um tipo de torre eólica que consiga captar mais vento e ocupar um menor espaço, né?!?!

Germano Woehl disse...

Meu objetivo foi alertar que várias propostas de fontes alternativas não são tão limpas quanto parecem. Foi comprovado impacto ambiental na redução da velocidade dos ventos. Há também o impacto devido à construção das linhas de transmissão. Ou seja, até agora ninguém encontrou uma fonte de energia que realmente seja limpa. O que faz uma fonte de energia ser mais limpa do que as outras são as mentiras, o marketing enganoso. Será mesmo que a solução para a crise de energia está em achar fontes alternativas?