Gostaria de compartilhar com vocês um trecho do livro COLAPSO, de Jared Diamond, sobre o ecocídio de uma das civilizações mais avançadas que existiu, que habitou a ilha de Páscoa, por cerca de 600 anos (900 – 1.600), até se auto-destruir (junto com todo o ecossitema da ilha que eles aniquilaram), principalmente pela megalomania de construir estátuas gigantes (que consumiam muita madeira e comida) e pela explosão populacional.
Frequentemente me pergunto: “O que os insulares de Páscoa que cortaram a última palmeira disseram enquanto faziam aquilo?” Será que, assim como os modernos madeireiros, terão gritado. “Emprego sim, árvores não!” Ou: “A tecnologia resolverá nossos problemas, não tema, vamos encontrar um substituto para a madeira”? Ou: “Não temos provas de que não há mais palmeiras em algum outro lugar de Páscoa, precisamos de mais pesquisas, a proposta de proibição da atividade madeireira é prematura e movida por sentimentos alarmistas”? [eu incluiria ainda: “Não tem problema a gente planta outra: 100 mudas para cada palmeira derrubada, afinal, 300 ou 400 anos passam rapidinho...- e com certeza os insulares de Páscoa fizeram isso, pois estudos revelam que a agricultura deles é surpreendentemente bem desenvolvida e eles não eram qualquer zé mané, pois detinham muita tecnologia]. Tais questões são levantadas por todas as sociedades que inadvertidamente danificaram seu ambiente (...)
[Observação: a palmeira que o autor se refere, atingia 2 metros de diâmetro e era endêmica da ilha de Páscoa, assim como dezenas de outras árvores gigantes, plantas e animais – 26 espécies de aves endêmicas foram extintas junto com a civilização deles]
(...) Os paralelos entre a ilha de Páscoa e o mundo moderno são ASSUSTADORAMENTE óbvios. Graças à globalização, comércio internacional, aviões a jato e Internet, todos os países da Terra de hoje em dia compartilham recursos e afetam uns aos outros, assim como fizeram os 12 clãs de Páscoa [uma divisão política mais ou menos equivalente aos estados brasileiros, ou países, como Diamond prefere usar aqui]. A ilha de Páscoa polinésia estava tão isolada no oceano Pacífico quanto a Terra está hoje no espaço. Quando os insulares de Páscoa tiveram dificuldades, não havia pra onde fugir, nem a quem pedir ajuda, assim como nós, modernos terráqueos, também não temos a quem recorrer caso precisemos de ajuda. Essas são as razões pelas quais as pessoas vêem o colapso da sociedade da ilha de Páscoa como uma metáfora – a pior hipótese – daquilo que pode estar nos esperando no futuro.
2 comentários:
TAlvez essa extinta civilização pensava como os animais dos NOSSOS tempos. Nossos animais estão ficando sem espaço e, como vc mesmo blogou, eles morrem atropelados ou se perdem de seu habitat quando o homem cruza a floresta com tratores e motosseras. Ou seja, assim como nossos animais, essa civilização sabia que estava com os dias contados nas árvores que restavam. "Quando a última árvore for cortada........." é um aviso para o futuro que está provado no passado.
Alguém por favor me fala se o que o homem esta fazendo nesta imagem acima é ilegal e o que está fazendo para recuperar
Professora de Geografia está querendo saber sobre isso desta imagem
Me ajudem é pro meu Trabalho����
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